terça-feira, 5 de outubro de 2010

Roteiro Continho

Continho -  Paulo Mendes Campos

A – PERSONAGENS

- Menino sem nome:  Apelidado de Zé
Características - triste, magro, barrigudinho, do sertão de Pernambuco.
- Chico
Características - gordo vigário, barbudo, estilo cangaceiro, sentado em um cavalo, mal – humorado mais de bom caráter.

B – CENÁRIO
Sertão de Pernambuco, estrada de terra e vegetação seca, carcaça de animais na beira da estrada, sol escaldante, sem umidade somente ondas de calor, sem algum vestígio de água.

Roteiro
Chico olha o menino com um jeito confuso e pergunta :
Chico – Oshe menino doido, como é uma pessoa que não tem nome?
Menino – Não sei, só sei que os outros me chamam de Zé, gostei muito desse nominho e desde então deixo as pessoas me chamarem assim.
Chico – A simmm, entendo........( continua confuso)
Menino se levanta e fica em pé no meio da estrada olhando para Chico com um olhar misterioso, Chico desce do cavalo e o menino diz:
Menino – Vamos ir andando e conversando, quero saber mais do senhô.
Chico leva o cavalo pela cela, o cavalo aparenta cansaço e sede, Chico da um pouco de água para o animal e pergunta para o menino:
Chico – Quantos anos o ocê tem em menino?
Menino – Eu tenho é onze, e o senhô?
Chico – Eu sou moço veio, nem sei mais quantos anos eu tenho, vivo por ai no mundo mais tenho uma família muito bonita e sempre a visito.
Menino – Eu vivo pelo mundo também, desde pequeno não tenho quem cuide de mim, vivo por ai pedindo esmola para ter o que comer.
Chico indignado, diz:
Chico - Eita, mas me conte o que aconteceu com ocê menino!!!
Menino com um olhar triste, que quase não sai do seu rosto, diz:
Menino - Meus pais me deixaram na porta de uma velha quando eu era pequenininho, ela cuidou de mim, mais sempre me maltratou, ela tinha filhos e eles me maltratavam também. Até que um dia, fui embora de casa e estou desde sempre aqui, sozinho, vagando pelo sertão de Pernambuco, indo de cidadezinha á cidadezinha pedindo água  e pão para poder sobreviver.
Chico, chocado com a história, diz para o garoto:
Chico – Vamos! Suba em meu pangaré, a partir de hoje tu é meu filho, vai morar em minha casa e comer do bom e do melhor, estudar e ser um bom homem na vida.
Menino abre o sorriso que nunca ninguém jamais tinha visto no rosto desse menino. Chico e Zé sobem no cavalo.
Menino – Acho que foi Deus que mandou o senhô aqui.
O cavalo galopeia em sentido á cidade.
Chico- Sim meu filho, jamais estará só e hoje ocê se chamara JOSÉ.

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